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domingo, 1 de março de 2015

Pedir demissão ou não, eis a questão?

Você sabe identificar os sinais de que deve pedir demissão? 

Este texto não é uma apologia à demissão. Não quero que você tome decisões inconsequentes e nem garantir que é fácil viver fazendo o que ama. Quero apenas registrar minha experiência, se vai dar certo ou não, só o tempo dirá.

Meu último post foi sobre os sinais que recebia do universo de que estava indo no caminho inverso ao meu sonho e isso estava facilitando a decisão de me demitir.



Os sinais de que devemos pedir demissão, acredito que venham primeiro do coração. Começa com aquele sentimento de não pertencer ao local que você levanta todos os dias para ir trabalhar, que parte para a falta de ânimo ao pensar nas coisas que tem para fazer no lá e tudo que vem com elas.
Nos últimos meses eu acordava feito robô, fazia tudo que todo mundo faz e ia trabalhar. Meu domingo era desesperador, bem como a tal síndrome do "Fantástico".

Alguns fatores contribuíram para que os sinais de que deveria seguir outro caminho, ficassem cada vez mais evidentes. O ambiente era mais hostil do que eu estava acostumada. As pessoas não me davam bom dia e raramente eram simpáticas. Foi aí que decidi que iria continuar com minha essência e não me abalar, a cada cara feia eu devolvia um sorriso, a cada silêncio, um bom dia, a cada falta de coleguismo um "muito obrigada". Ser gentil me rendeu bons frutos, que contarei mais a frente.

Logo no começo a minha parceira de setor se demitiu, ficamos apenas 3 dias juntas e eu não tive treinamento, acabei tendo que aprender tudo sozinha, and no baby, eu não fui treinada. Mas segurei minha peruca e dei um jeito de aprender.

De repente vi que estava dando conta mesmo assim e agradando meus superiores, me senti um pouco mais motivada para seguir em frente. Porém o fato de estar sozinha e no meio do olho do furacão, me fez perder energia. Chegava em casa cada dia mais tarde, mais cansada, me alimentava mal, dormia mal, não consegui tirar um tempo para cuidar de mim, virei um desleixo em pessoa. Só queria saber da minha cama ao regressar do trabalho.

Pouco a pouco fui sendo engolida, trabalhando quase todos os finais de semana, às vezes não falava nem com a minha família. O salário também não era lá tão compensador para tanto desgaste. Como se não bastasse fazia coisas que eu não gostava.

O problema não era fazer coisas que eu não gostava, pois é ilusão pensar que sempre vamos fazer apenas o que gostamos. O problema é fazer só o que não gostamos e não enxergar um propósito naquilo que não fosse exclusivamente financeiro. Comecei também, então a questionar se meus princípios estava alinhados com o da empresa.

Tudo isso foi elevando meu nível de estresse, insatisfação e começou uma leve depressão. Fiquei impaciente com tudo e com todos, chorava atoa, não queria sair com amigos, enfim, o tempo que eu tinha era só para dormir. Aquilo começou a me afetar muito, tive umas crises de ansiedade que me paralisaram, principalmente quando eu parava para pensar na minha vida e o que eu estava fazendo com ela.

E foi aí que eu pedi demissão pela primeira vez nesse emprego. Meu Gestor me recebeu na sala dele e perguntou porque eu queria ir embora e eu fui franca, ele perguntou o que eu gostava de fazer e ao ouvir minha resposta ele disse "É isso que a gente quer! Vou arrumar um lugar para você" me pediram um tempo, para eu ver se a situação mudaria. Como ele foi bem legal e receptivo decidi que iria pagar para ver, não custava tentar e ter um pouco mais de paciência.


Decidi ir vivendo o presente para ver se daria certo. O tempo foi passando algumas coisas melhoraram, as pessoas começaram a se abrir para mim e acabei criando alguns laços e principalmente conhecendo pessoas que gostaria de levar sempre comigo.  E não é que minha tática funcionou? Ninguém perde por ser gentil.

As caras feias viraram sorrisos!

Contudo, mesmo com tantas coisas melhorando, continuava infeliz, estressada e sem o sentimento de pertencimento, era como se eu fosse um peixe fora d'água. E o que mais me incomodava era que eu estava deixando de lado meu sonho de ser uma mulher integral. 

Oportunidades começaram a surgir, mas eu não podia acessá-las, pois não tinha tempo e isso me frustrava cada vez mais.

Até que um dia eu decidi que iria fazer uma escolha, e eu escolhi a mim. Se vai dar certo ou errado não sei.

Pode ser que eu me arrependa, mas uma coisa eu tenho certeza! Nada é tão importante quanto lutar pelos nossos projetos de vida! É isso que eu vou fazer!

Sonhar é fácil, agora é hora colocar os sonhos num projeto para que ele seja palpável, tangível!

Ao me escolher, coisa que não foi fácil, aprendi mais uma coisa. O mundo inteiro pode até desistir ou não acreditar em você, mas a única pessoa que não pode fazer isso é você.

Hoje estou com o coração cheio de alegria para dizer que acredito em mim e vou batalhar para realizar meu projeto de vida!

Portanto, se quer pedir demissão programe-se, planeje, não tome decisões com a cabeça quente, tenha um plano para quando sair e que ele seja equivalente ao seu projeto de vida. Lembre-se que trabalho é diferente de carteira assinada. Trabalho é algo que você faz para o outro e para si, tendo retorno financeiro ou não. Vejamos os exemplos de grande personalidades (Jesus, Madre Teresa, Chico Xavier, entre tantos.), que trabalharam muito por amor!

E como escrevi uma vez, aos 10 anos sobre o que eu achava que era trabalho...

Trabalhar é amar,
Trabalhar é crescer e vencer!

E boa sorte para mim... rs!